Senna, o mito de uma geração

Olá pessoal

Hoje vou falar um pouco de um cara do qual eu poderia passar horas lembrando. Um cara que me fazia acordar as 8 da manhã, as 7 da manhã, de madrugada, não importa. Eu acordava pra ver esse cara dar show.

Era uma época na qual os brasileiros eram carentes de vitórias esportivas, ao menos se comparado com hoje. Fazia muito tempo que o Brasil tinha vencido sua última copa do mundo de futebol, e no Brasil não menosprezando, mais os esportes como vôlei e basquete não tem a mesma repercussão. E por isso a única coisa que fazia a alegria dos brasileiros no esporte era uma vitória de Ayrton Senna.

O cara era incrível, ele ia pra cima, parecia não ter medo de nada, não importava se ele ia ter que jogar o carro em cima dos outros pra dar o troco ou segurar o Mansell em Mônaco durante umas 10 voltas ou mais, mesmo que o Inglês tivesse um carro muito melhor, ele se arrebentava pra vencer.

Enfim, Senna era um cara diferenciado, sabia como chamar o "público", sabia como demonstrar que carregava com ele o Brasil inteiro. Era de um carisma incompreensível, e era sim e ainda é o melhor piloto brasileiro de todos os tempos a correr na F1, não que os demais tenham sido pequenos, são também fantásticos, mas o Senna, era o Senna.

Uma coisa que me fez lembrar o Senna durante a semana foi o terceiro lugar do Rubinho Em Silverstone na Inglaterra debaixo de chuva, e também as 5 rodadas do Massa.

Certa vez em Donington (outro circuito Inglês), o Senna fez uma corrida inesquecível e arrepiante. O maior rival dele na época, o Prost, comentou da seguinte maneira em seu livro:

"Lembro-me de Donington como se fosse hoje. Havia chovido muito naquele dia. A pista estava muito molhada. Estávamos muito confiantes na vitória.

A Mclaren do Senna - que largava em quarto naquela corrida - usava um motor FORD naquele ano, q tinha 40 cavalos a menos de potência que o motor FORD usado pela Benetton de Michael Schumacher. Digamos que a Mclaren usava um motor da segunda linha da FORD. Mesmo assim, nem a Benetton e muito menos a Mclaren poderiam pressionar nossa equipe (Williams).

Mas... a corrida começou... mantive a ponta na entrada da primeira curva. Até que antes entrada da chicane q dá para reta do harpin, o engenheiro avisa: "Aperta q a Mclaren está chegando" Pensei comigo: "Quem? Mclaren?" Quando passei pelo harpin e olhei no retrovisor... e quase não acreditando no que estava vendo, vi o bico branco da Mclaren do Senna.

Parecia até brincadeira. Quando fomos chegando no harpin, fiz questão de olhar para direita para vê-lo com os meus próprios olhos. Não havia acreditado no que eu acabara de ver no retrovisor da minha Williams. Não tive como segurá-lo no harpin. Mesmo com um motor muito inferior, ele (Senna) era bem mais rápido que todos.

Depois dalí... a corrida acabou!"

Os vídeos abaixo servirão para ilustrar um pouco do que sentíamos quando Ayrton Senna estava na pista naquela época: